Encrespando

"Encrespar", na minha terra, dá a ideia de incômodo, de indignação, de alguém que deu um salto de seu lugar de conforto por algo que o incomodou. Já "alisar" é usado com a conotação de quando alguém é condescendente com algo.
Encrespo e não aliso! é um blog feito para relatar o incômodo do racismo em nossa sociedade, especialmente manifesto pela mídia e literatura voltadas ao público infantil. Sem condescendências.
Minha filha me ensinou, desde seus primeiros movimentos, a concentrar a energia de criação e a buscar a gênese. Sim, pretensiosamente, hoje, tenho um alvo mais profundo que as raízes do racismo: a sua semente. Para que não fecunde os corações das novas pessoas, dessas crianças que são nossos filhos e filhas; para que não dê mais frutos, aquelas sementes não podem mais encontrar solos férteis para renascerem racismos no mundo.
Estou mais silenciosa, mas a mente fervilha, tendo em sua grande tela a imagem de um jardim de flores multicoloridas.

quarta-feira, 14 de março de 2012

Direito de nascer e de crescer

Realmente, essa Revista Pais & Filhos é um absurdo de racista. Melhor comprar outra pra ler coisas interessantes a respeito de noss@s rebent@s. Uma revista que traga a imagem da existência negra, que tenha em seu universo de cuidado infantil nossos bebês negros. Não é? Que tal a Revista Crescer, da Editora Globo?
Essas revistas Crescer são do mesmo período das capas coletadas da Pais & Filhos, demonstradas retrospectivamente de março de 2012 a março de 2011. A opção que fiz por colocar 13 meses, e não os 12 de um ano, é por compreender que o 13º é abertura de um novo ciclo. Fica a indagação se nesse novo ciclo, com nossas denúncias e mensagens às editoras - quem sabe - poderemos ver algo diferente nas bancas de revista. Ora, direis, quem precisa delas? Bem, eu, realmente, não preciso delas para criar a minha filha, nem aconselhar afilhad@s e sobrinh@s. Mas é algo além do consumo, muito além. Trata-se do cenário de nossa sociedade. Todas as imagens midiáticas nos rodeiam e nos acompanham no dia-a-dia, cada vez mais, em todos os instantes de nossa vida em vigília. Quiçá nos acompanham nos sonhos também. Cada vez mais, as cenas televisivas, outdoors, capas de revistas que se estampam em nossos olhos na passagem mais rápida pelas ruas, embalagens, cadernos, livros, o tempo todo e em todo lugar. Imagem e som. Comprando ou não tais revistas, elas estão aí impondo um desejo. Aí é que está.

2 comentários:

  1. Rebeca,

    Parabéns pelo blog e pela discussão madura sobre o tema que não pode, literalmente, passar em branco!

    Um presente para vc: http://bit.ly/JcRchm

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  2. Então vamos falando, certo, Rodrigo? Pra não passar em branco. Abraço.

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